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24.12.01

Laura Hertz - uma palhaça americana

O Festival Riso da Terra, criação e organização do ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos - o PALHAÇO XUXU, levou a João Pessoa (Paraíba) grandes nomes do circo nacional e internacional, no final do mês passado. E no início deste mês, o Teatro de Anonimo, através de um de seus integrantes o Palhaço Cuti-Cuti -- o Marcio Libar ( Coordenador de Teatro de Rua e Circo, da RioArte, da Secretaria Municipal das Culturas da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Ufa! Tá direitinho Cuti, é assim mesmo que se escreve esses créditos?), trouxe alguns participantes desse festival, e apresentou aqui, em três dias, O RISO DA TERRA NO RIO.

O espetáculo do Anonimo que eu comentei aqui, TOMARA QUE NÃO CHOVA, apresentado nos Arcos da Lapa, fazia parte do Riso da Terra no Rio. Falei isso tudo para situar a palhaça Laura Hertz que veio ao Brasil para participar desse festival, e depois veio ao Rio para uma única apresentação, no terraço da Fundição Progresso. Laura, nasceu em Baltimore (E.U.A.), e nos últimos anos, fez apresentações em teatros, nas ruas, e em circos, passando por toda Europa, Russia, Israel e Japão, além dos Estados Unidos.

O que me levou a comentar --com um atraso deste tamanho, é porque eu sou defasada mesmo -- a performance da Palhaça Laura Hertz, não foi só pelas técnicas utilizadas, mas pela sua performance incomum. Eu nunca tinha visto nada parecido aqui, e nem em festivais internacionais. Aliás, são pouquíssimas as palhaças atuantes em trabalho solo aqui no Brasil, e no exterior. Durante quasi duas horas de espetáculo, e mal falando português, fazendo dessa dificuldade uma atração a mais na sua performance, quando ela pedia auxílio à platéia, ampliando a cumplicidade com o público que rolou durante todo o espetáculo.

Ousada, ela passeia entre as técnicas mais sofisticadas de atuação de clown, à mais comum, usando e abusando de todas as gags próprias dos palhaços tradicionais. Um figurino esperto, com um vestido enorme com enchimentos e calções, calças, meias por baixo, que ela vai tirando e acrescentando outros detalhes conforme a personagem que vai surgindo, e no final fica de maillot, mostrando o corpo perfeito da jovem palhaça, E a platéia aplaude em pé, inteiramente conquistada.

Para mim, Laura Hertz ampliou a reflexão sobre o jôgo do clown e o artista do século XXI. O artista que domina as técnicas do ator, do bailarino, do clown, que não se prende aos espaços convencionais, e vai para as ruas, para os picadeiros, para as feiras, as praças, jogando tudo ao mesmo tempo agora, ou que o Mestre Luiz Carlos Vasconcelos, o Palhaço Xuxu falou em uma oficina que eu participei no Anjos do Picadeiro 2, em São José do Rio Preto/SP O palhaço vive toda a sua vida num segundo. Não joga a rede. Joga com anzol. Não sei se era bem isso o que eu queria dizer, mas é quasi isso.

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