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25.6.02

Um contador de histórias, simplesmente.

SOTIGUI KOUYATÉ surpreendeu, na sua aula-espetáculo, domingo, no Teatro Carlos Gomes, aqueles que esperavam uma aula de Shakespeare, (Barbara lhe adora e não poupa elogios ao Prospero de A Tempestade ) ou sobre o método de Brook, ou ainda da sua brilhante carreira como ator. No cinema trabalhou com Bertolucci, entre outros importantes diretores, tendo sido premiado em Cannes. Ainda diretor (Antigona de Sofocles) cantor, compositor (trilhas sonoras de vários filmes), coreografo,cenografo e dramaturgo. Não bastasse isso tudo, trabalha com Peter Brook há mais de vinte anos, atuando nas suas principais peças e filmes.

Durante quasi duas horas, sentado no palco do Carlos Gomes -- ladeado por duas belas mulheres atuantes na área cultural do Rio: ANGELA PECEGO coordenadora artística da RIOARTE e da bailarina, coregrafa e atriz CARMEN LUZ -- falou simplesmente da tradições africanas, e da importância fundamental da civilização africana para o mundo hoje. "No Brasil, me sinto em casa, eu sou brasileiro, a cultura nos aproxima".

A sua explanação foi entremeada por dois vídeos, um deles sobre alguns trabalhos com Brook, e o outro uma belíssima cerimonia religiosa quando os mortos dos seus antepassados - os griots Kouyaté - são lembrados e reverenciados. É uma cerimonia belíssima com cantos e danças, e a medida que vão sendo mostrados fica evidente as similitudes culturais. No final, contou três três contos de gênio.

SOTIGUI deu uma aula de simplicidade e de sabedoria. Simplesmente isso. E fiquei com duas frases que eu gravei na memória: Cada dia descobrir o melhor de si mesmo no encontro com os outros e a outra, O mais difícil neste mundo é o conhecimento de si mesmo.

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