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28.10.02


Holandeses trazem seu teatro silencioso ao Brasil

São Paulo nesta sexta, sabado e domingo no Testro SESC Anchieta, e no Rio no próximo fim de semana no Teatros SESC Copacabana, os paulistas e cariocas verão pela primeira vez dois representantes do chamado Teatro do Movimento da Holanda, que usa técnicas da dança e da mímica moderna

Festivais de teatro vêm abrindo cada vez mais espaços para um tipo de espetáculo que prescinde do idioma. Uma poética silenciosa com tramas muitas vezes até complexas, fundadas em linguagens como a mímica, a dança e o circo. Na Holanda, o desenvolvimento dessa estética - para a qual existe um importante nicho de mercado nos festivais do mundo inteiro - vem recebendo apoio do governo, que subsidia o chamado Movement Theater (Teatro Movimento), que conta até mesmo com um festival internacional, o Moving Mime.

Em parceria com o governo holandês, os Sesc Regionais em São Paulo e no Rio trazem pela primeira vez ao Brasil dois representantes do chamado Teatro do Movimento da Holanda - os grupos Karina Holla e Bambie.

Há 20 anos Karina Holla vem desenvolvendo sua pesquisa teatral, um teatro feito de poucas palavras e forte expressão gestual. Amanhã, às 21 horas, ela apresenta no Teatro do Sesc Anchieta o espetáculo City Life, criado em 1999. Em cena, os bailarinos Marcelo Evelin, Natasha Lusetic e Dries van der Post utilizam técnicas da mímica moderna e da dança contemporânea para falar do choque entre a busca do amor e a correria do dia-a-dia na luta pela sobrevivência. "O ócio é atributo do amor. O amoroso precisa de tempo", já dizia Nélson Rodrigues.

Amanhã ainda, às 14 horas, a atriz e bailarina Karina Holla realizará uma videopalestra sobre seu trabalho, com entrada gratuita, que pode interessar principalmente aos profissionais do chamado Teatro Físico, da mímica, do circo e da dança.

A companhia Bambie foi criada em 1996 por Jochem Stavenuiter e Paul van der Laan, quando ainda eram estudantes de mímica. A curiosidade em torno dessa companhia é que recriam o mesmo espetáculo, Bambie, atualmente já na sétima versão. O público brasileiro verá Bambie 6, que fala sobre a passagem da infância para a idade adulta.

Três meninos querem crescer, mas ficam indecisos diante do mundo masculino adulto. Como qualquer garoto, buscam inspiração em ídolos. No caso deles, Elvis Presley, um general soviético e seus pais. Bambie 6 ganhou o Prêmio Holandês de Mímica em 1999. No palco, além dos fundadores da companhia, está o mímico Gerindo Kamid Kartadinata. A vinda dos grupos ao Brasil faz parte do Programa de Relacionamento Sociocultural Brasil-Holanda, produzido pelas empresas WZM Projetos Culturais e Central de Produção.

Teatro do Movimento - Holanda. Sexta, às 21 horas, City Life. Texto e direção Karina Holla. Duração: 65 minutos; sábado e domingo, às 21 horas. Bambie 6. Direção Jochem Stavenuiter, Paul van der Laan e Gerindo Kamid Kartadinata. Duração: 75 minutos. R$ 20,00 (cada espetáculo); sexta, das 14 às 16h30, videopalestra com coordenação de Karina Holla. Grátis (retirar convites com 1 hora de antecedência). Teatro Sesc Anchieta. Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo, tel. (0xx11) 3234-3000.

Reportagem de Beth Néspoli para "O Estado de São Paulo".



19.10.02



FOLHETIM 14

Embora envergonhada com o atraso desta notícia, tenho a alegria de anunciar neste número uma das melhores entrevista que a minha Mestra Angel Vianna, deu em toda a sua trajetoria, Até falei isso numa aula dela e recomendei este número do ótimo Folhetim, produzido pelo Teatro do Pequeno Gesto. Este numéro é antológico. Difícilmente outro número poderá superar este que tem Peter Brook, Juliana Carneiro da Cunha e uma análise do Fernando Marques para o teatro de Caio Fernando Abreu. Corram para garantir o seu exemplar. Se estiverem esgotados nas livrarias, peçam direto pelo reembolso postal.

A preocupação com o trabalho em grupos estáveis está presente tanto no texto de Peter Brook, Da liberdade fácil à liberdade difícil, quanto no ensaio de Josette Féral, Os gregos na Cartoucherie, que analisa a encenação de Ariane Mnouchkine para a Oréstia, em estreita relação com o modo de estruturação e funcionamento do Théâtre du Soleil. O tema é retomado na entrevista de Juliana Carneiro da Cunha que fala de sua trajetória como atriz e de seu trabalho na trupe do Soleil.
A dramaturgia está presente em Paraísos íntimos - teatro e subjetividade em Caio Fernando Abreu, de Fernando Marques e em A apresentação artística da liberdade, um estudo sobre a teoria e o teatro de Schiller, de Pedro Süssekind.

NESTE NÚMERO:
Tradução: Os gregos na Cartoucherie: a pesquisa das formas, de Josette Féral
Paraísos íntimos - teatro e subjetividade em Caio Fernando Abreu, de Fernando Marques
A apresentação artística da liberdade - um estudo sobre a teoria e o teatro de Schiller, de Pedro Süssekind
Da liberdade fácil à liberdade difícil, de Peter Brook
Na seção EM FOCO: 4 perguntas de Helena Varvaki a Angel Vianna
Entrevista: Juliana Carneiro da Cunha e o intérprete do teatro total

FOLHETIM pode ser encontrado nas seguintes livrarias:

No Rio

Livraria do Espaço Unibanco

Livraria do Museu da República

Livraria Folha Seca - Centro de Arte Hélio Oiticica

Livraria Travessa do CCBB

Livraria Mário de Andrade - Palácio Gustavo Capanema

Livraria Carlos Miranda - Teatro Glauce Rocha

Livraria Timbre - Shopping da Gávea

Livraria Ligue Livros - Campus Uni-Rio

Casa das Artes de Laranjeiras - CAL
Em São Paulo:
Livraria Cultura - Conjunto Nacional

Em Belo Horizonte:

Sede do Grupo Galpão

Livraria Scriptum

Em Curitiba:

Livraria Solar do Rosário

Em Recife

FETEAPE

Em Salvador

Teatro Vila Velha

Ou por reembolso postal através do telefax: (21) 2558-035
Acompanhe nossas atividades através do site www.pequenogesto.com.br

TEATRO DO PEQUENO GESTO
Antonio Guedes / Fátima Saadi
Fones: (21) 2205-0671 - 9607-5845 - Fax: (21) 2558-0353
e-mail: teatro@pequenogesto.com.br





15.10.02



ENTRE NÓS

Estréia nesta quinta-feira, no Teatro do Jockey, o espetáculo do bailarino, coreógrafo e professor Alexandre Franco -- meu ex-professor no profissionalizante de dança contemporânea, ainda no pré, lá na Angel Vianna. Não vi e já gostei. O pessoal lá da Angel de professores a alunos estão todos envolvidos de alguma forma nesse trabalho. A ficha técnica é da maior responsa. E dá para sentir o alto nível desse trabalho.

O movimento não está só no corpo que dança, está também na cor e em
todas as estruturas
. Este é o ponto de partida que o
Alexandre Franco usa em seu trabalho que, com a companhia criada em 95, tem participado das mais importantes mostras e festivais de dança de todo
país, e estará no Teatro do Jóquei , a partir do dia 17 de outubro,
quinta-feira até o dia 27, domingo
, com o espetáculo ENTRE NÓS que utiliza-se de música, discurso literário, discurso físico, cenografia, iluminação e figurino. Alexandre e seus intérpretes revisitaram células coreográficas de seu repertório buscando uma releitura, bem como a construção de novas estruturas. Utiliza-se de música, discurso literário, discurso físico, cenografia,
iluminação e figurino. Tendo a Colagem como elemento constante na
construção do discurso

Sinopse
Entre Nós investiga percursos solitários, permeados pela construção
sonora de Tiago Didaq e por textos, poemas e prosas de Caio Fernando
Abreu, Alejandra Pizarnick, Alexandre Franco.
O ser urbano, o indivíduo, a solidão, a relação e criação da realidade
são os focos de interesse despertados por camelôs diferentes que vendem
objetos usados e quebrados, aparentemente sem nenhuma utilidade e sua
postura, como a de qualquer outro vendedor, seus objetos tão usados,
descartáveis e cheios de memória, num comércio intrigante no bairro da
Glória, Rio de Janeiro.

A coreografia tem o gesto como base da pesquisa do movimento, que
dilatada e sofrendo interferência de peso e tempo, apresentam um corpo
fragmentado e fluido em trajetórias no espaço. As peças apresentadas,
seqüencialmente ou em justaposição, organizadas a partir de matérias e
discursos de várias origens, criam e expõem um terceiro universo entre
as fontes e o coreógrafo.


Ficha Técnica
Direção e Coreografia - Alexandre Franco
Intérpretes - André Masseno, Luk Monteiro, Stela Guz,
Simone Nobre, Tânia Castilho e Alexandre Franco
Figurino - André Masseno
Projeto Cenográfico - Alexandre Franco e Cissa Feijó
Desenho de Luz - Renato Machado
Trilha Sonora - Composição e colagem - Tiago Didaq
Design Gráfico ­ Paulo César Rocha
Gerência de Produção de Artes - Luk Monteiro
Assistência de Direção e Coreografia - André Masseno, Luk Monteiro
Assit. de Produção / Camarim ­ Valéria Peixoto / Michelli Franco /
Márcio Franco
Pesquisa de Movimento - André Masseno, Luk Monteiro, Stela Guz, Simone
Nobre,Teresa Taquechel, Tânia Castilho e Alexandre Franco
Fisioterapia - Núbia Barbosa
Técnica de Pilates - Mariana Lobato e Tânia Castilho
Direção de Artes - Alexandre Franco
Produção - Luk Monteiro, Maria Brezensky, Alexandre Franco


Estréia : Dia 17 de outubro, quinta-feira
Temporada : de 17 a 27 de outubro, quinta a domingo
Horário: 20 horas
Local : Teatro do Jóquei ­ Rua Mário Ribeiro,410 ­ Gávea. Tel: 2540.9853
Ingressos : R$ 10,00 . Dia 27 de outubro, domingo, o ingresso custará
R$1,00.


Alexandre Franco
Formado nos cursos de Dança Contemporânea e Recuperação Motora e Terapia através da Dança pela Escola Angel Vianna, Alexandre Franco, que assina a direção e coreografia
dos espetáculos da Companhia, tem as primeiras referências de pesquisa
de movimento
no pensamento de Angel e Klauss Vianna, e mais tarde, através de
João Fiadeiro (Lisboa ) e Angela Guerreiro ( Lisboa / Hamburgo ), coreógrafos portugueses, com os quais trabalhou
em turnês pela
Europa em 94 e 95 - espetáculos produzidos e co-produzidos pelo
Sommertheater Festival
Hamburg - como intérprete e assistente de coreografia, respectivamente -
recebendo elementos da nova dança européia, da dança-teatro alemã e do
teatro-físico belga.

A Companhia foi convidada para o Festival Frestas, cidade do Porto - Portugal, Capital Européia da Cultura 2001 e para a Edição de 2002.

PS. Tenho a grata satisfação de declarar que fui aluna do Alexandre Franco,
no curso profissionalizante de dança contemporânea, ainda no pré. Acompanho a sua trajetoria profissional há vários anos e tenho a maior admiração pelo talento e a competência do Franco Alexandre, como eu o chamo. Recomendo sem reservas, e estarei lá pra abraçar a turma lá da Angel, a Taquechel, a Nubia (minha ex-professora na Recuperação Motora), Renato, a Stela. E fico na torcida para um grande
e merecido sucesso.

11.10.02

ESTRÉIA DA TRUPE LEVANTANDO A LONA NO CIEP DE IPANEMA

A Trupe Levantando a Lona, formada por 26 jovens integrantes da comunidade do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo faz sua estréia no picadeiro amanhã com Circo etéreo. O espetáculo mistura de teatro de rua e circo, resgatando um pouco da história do Cantagalo e de sua comunidade, que vive num morro que tem vista privilegiada da Zona Sul.

O espetáculo é o resultado de seis mêses de trabalho com as maravilhosas intrépidas Beth Martins e Vanda Jacques (diretoras e fundadoras da Intrépida Trupe) que fazem a direção circense, a coreografia é do ótimo Steven Harper e tem ainda o pessoal de teatro que colaborou no projeto: a Alice Viveiros de Castro (madrinha dessse blog) e o Amir Hadad e Paulo Mazzoni, entre outros intrépidos, fagueiros e audaciosos que conseguiram transformar um anfi-teatro sem nada, numa casa de espetáculos com 200 lugares, luz, som, estrutura para aparelhos circenses, piso de madeira, etcs. e tal. Muito é muito pouco para tal façanha.

Dica: Chegue cedo para apanhar as senhas às 18 hs e conseguir sentar nos melhores lugares.

Idade: Crianças a partir de 2 anos.

Onde: Anfiteatro Benjamin de Oliveira — Rua Alberto de Campos 12, Ipanema - CIEP de IPanema - Tel. 3472-4092.

Estréia neste sabado, dia 12 de outubro, às 19h. Grátis (senhas a partir das 18h).
Sextas e sabados às 19 horas -- até o dia 9 de novembro


Se eu vou nessa? Logicamente claro e evidente. Estarei lá amanhã na primeira fila. Comentarei aqui depois. Aguardem.





O JÔGO DO BUFÃO

O jôgo do bufão -- prática para o ator é o título do workshop que será ministrado pela atriz e pesquisadora paulista, Mestre em Interpretação pela USP, JULIANA JARDIM, na Fundição Progresso - Espaço 1 , de 31 de outubro a 3 de novembro, tendo como público-alvo atores e estudantes de teatro. Vagas limitadas.

Este workshop propõe a Iniciação ao jogo do Bufão. O worshop leva o participante a entrar em contato com o estado da máscara, a partir de suas caracterizações físicas básicas e da paródia pela via do grotesco.

Local: Fundição Progresso - Espaço1 - Rua dos Arcos s/n. - Lapa

De 31 de outubro a 3 de novembro.
quinta e sexta de 19 hs. às 22 hs.
sábado e domingo de 10 hs às l5 hs.

Público alvo: atores e estudantes de teatro - 18 vagas - 15 horas.
Preço R$ 150,00 (cento e cincoenta reais).

Informações e inscrições : Tels. 2215-1689 2224-8831 9923-6737, com Chris Alcântara.
Ou com Juliana pelo e-mail jujardim@uol.com.br

Juliana Jardim é atriz e pesquisadora paulista, Mestre em Interpretação pela USP com a pesquisa O ator transparente. Co-autora do livro Práticas do ator no Brasil, Editora Hucitec, 2003. Atriz de de Madrugada, Esperando Godot, Oração, É o fim do mundo, Péricles, entre outros.


PS. Recomendo com todos os louvores. Faço parte do fã-clube carioca da Mestra Juliana Jardim.

6.10.02


O povo do gueto mandou avisar...

... que vai rolar a festa!!!

Logo depois da votação:

Grande confraternização democrática suprapartidária neste
domingo às 18:00h, na Praça do Leme (final),
no Rio de Janeiro, evento
artístico cultural popular espontâneo,
poético-musical-cênico-coreográfico, interativo, com a presença de
eleitores e candidatos de todos os partidos;
Ensaio aberto do TEATRO DE RODA, com cirandas, cantigas, choro, pagode, seresta e você,
avise aos amigos, venha com a família
e traga o seu instrumento!!!






5.10.02


O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
(Bertold Brecht)