Seguidores desse blog

18.1.03



BENVINDO SIQUEIRA ESTÁ DE VOLTA COM "O DOENTE IMAGINÁRIO"

O doente imaginário, de Molière, está de volta aos palcos. A comédia é dirigida por Jacqueline Laurence e tem o ator Bemvindo Siqueira no papel de Argan, o hipocondríaco. A história é a seguinte: a fim de passar o resto da vida cercado de médicos sem precisar desembolsar um tostão, ele tenta forçar a filha Angélica (Janaína Prado) a se casar com o doutor Diafoirus (Rogério Freitas), sobrinho de seu médico particular. A peça estreiou em agosto do ano passado no Teatro do Sesi, excursionou pelo sul, e agora voltou ao cartaz no mesmo teatro.

— Nesta peça, Molière ironiza, com o seu humor terrível, a medicina de seu tempo, que não era realmente nada. Os médicos eram charlatões que costumavam receitar sangrias e clister — diz Jacqueline, para quem o que há de mais atual na obra é a hipocondria de Argan. — A mania de doença e o ridículo a que as pessoas se expõem por causa disso é completamente atual.

A francesa Jacqueline, que já atuou em várias peças de Molière mas nunca havia dirigido uma, acredita que o fato de ter tido contato desde muito cedo com os textos do dramaturgo francês facilitou seu trabalho.

— Não me sinto perdida, lido com o texto com facilidade, não tenho problemas nem complexos — brinca Jacqueline, lembrando que esta montagem de “O doente imaginário”, traduzida por João Bethencourt e Bemvindo Siqueira, se resume à história em si. — Só no final incluímos uma das pantomimas.

O DOENTE IMAGINÁRIO De Molière. Direção: Jacqueline Laurence. Com Bemvindo Sequeira, Suely Franco e outros.

Teatro Sesi: Av. Graça Aranha 1, Centro — 2563-4163. Quinta, Sex e dom, às 19h30m. Sáb, às 20h30m. R$ 15 (qui), R$ 20 (sex e dom) e R$ 25 (sáb). 90 minutos.
Em tempo: Asistí a estréia e recomendo. Benvindo Siqueira em um dos melhores trabalhos da sua carreira, deita e rola -- literalmente -- no papel do hipocondriaco Argan. Não seria exagêro dizer que Benvindo deveria ter recebido um prêmio de ator por esta interpretação. Nunca tinha assistido nenhuma direção da Jacqueline
e foi uma grata surprêsa. Uma direção inteligente, segura, respeitando o texto de Molière, sem inventar nada.

Nenhum comentário: