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26.2.03


Quero informar que o espetáculo Elas são demais! Está trazendo ótimas novidades aos paulistanos. E espero que possam ajudar a divulgar isso!
Primeiro é que estaremos em cartaz até o dia 23 de março ( prazo prorrogado devido a audiência do público), e segundo é que como dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher, estaremos fazendo uma promoção especialíssima para elas. Todas as mulheres pagarão apenas R$ 5,00 nos dias 7 e 9 de março. Mas atenção: infelizmente no dia 8 de março não haverá apresentação pois o Teatro terá um evento especial, no qual nos impedem de apresentar a peça neste dia tão importante!
Espaço Cultural Sto. Agostinho
Sextas e sábados às 21 hs e aos domingos às 19hs, inclusive no Carnaval.
Rua Apeninos, 118 (em frente ao metrô Vergueiro)
Ingresso R$ 20,00
Estacionamento conveniado: R$ 5,00
Ar condicionado, Acesso para cadeira de rodas, Café
Reservas ou informações:32094858 ou pelo site: www.nossogrupociadeteatro.hpg.com.br
Não Percam!

Atenciosamente,

Nosso Grupo cia de Teatro

www.nossogrupociadeteatro.hpg.com.br
-Patrícia
-Feb 25 2003, 11:14 pm # e-mail homepage

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UPDATE: Estou publicando na íntegra o pedido que está no "Comments" aqui do blog no post do dia 23 do corrente. É o apêlo de uma divulgadora paulista, o qual merece ser atendido pela forma batalhadora, descolada e criativa de divulgar o seu trabalho. Não conheço a Patricia, e desconheço maiores detalhes da peça, mas pelo que eu lí no site Tramedia, a peça aborda a problemática da mulher moderna com humor e criatividade, e está recomendadíssima lá no site. Estou comprando essa, também pelo olhar do antenado Edu Castanho, criador e editor do Tramedia.

Tenho recebido muitos pedidos de divulgação de espetáculos, cuja ficha técnica não me anima para a publicação aqui no blog. Esse blog tem por objetivo divulgar alguns trabalhos de carater experimental e de pesquisa que não encontram espaço na grande mídia. E o meu propósito aqui é lançar um olhar atento e comprometido com a arte e o artista do século 21, sinalizando os novos caminhos e descobertas do teatro, do circo e da dança, na forma contemporânea de ver e sentir o mundo. O fazer teatral vem se modificando, surgem outras formas de fazer teatro, seja fazendo dança ou circo, saindo cada vez mais dos espaços convencionais e buscando formas alternativas de apresentação. ( Estou escrevendo um texto para publicar aqui sobre isso, e que tem a ver com mudanças na linha editorial do meu blog).


25.2.03

Uma antologica aula de teatro por um dos maiores atores que o Brasil já teve : RUBENS CORRÊA.

Recado aos jovens da CAL

Fui convidado para conversar com vocês sobre o ator; sei que muitos aqui jamais representaram, e outros deram apenas os primeiros passos neste caminho labiríntico que é o mundo da interpretação. É uma tarefa que exige de mim sensibilidade e coragem; acho uma grande responsabilidade falar aos jovens, e é com muita emoção e prazer que passo adiante as humildes sementes do meu trabalho artístico, com a esperança de que alguma utilidade possa ser encontrada nelas e que de alguma maneira elas possam lhes tornar a caminhada menos solitária e mais solidária, na medida em que esta receita muito pessoal provoque dúvidas e reconsiderações, ou toque o sagrado dentro de cada um de vocês, ou reacenda aquela esperança cega que Prometeu garantiu ser a conquista mais urgente para a sobrevivência do homem neste planeta. O grande poeta e dramaturgo alemão Büchner escreveu numa cena de sua peça Woyseck: Cada ser humano é um abismo e a gente tem vertigens quando se debruça sobre um deles. Acho que nós atores somos duplamente esse abismo-espelho: como seres humanos e como artistas. Nossa missão é provocar vertigem e o revisionamento do abismo dentro de cada espectador, para que depois de cada mergulho em nossos personagens-propostas essas pessoas pensem, se emocionem, compreendam e amem com nova e maior intensidade. Eu, Rubens Corrêa, ator e artista de teatro, vinte e oito anos de profissão, e séculos e mais séculos de um longo período não sei onde, ofereço a vocês com apaixonada humildade o meu aprendizado nesta caminhada em cima das brasas sem se queimar que é a condição necessária para poder representar e viver com algum significado neste nosso bizarro país sul-americano.(...)

O CÁLICE
Representar para mim é a possibilidade que me foi dada de me comunicar com o meu semelhante através de uma troca de idéias, imagens, palavras, gestos e emoções. Um divertido, fascinante, e muitas vezes cruel jogo que mistura ficção e realidade, consciente e inconsciente, sagrado e profano, amor e ódio, vida e morte. Uma Paixão. Através dos anos venho elaborando em cima das tábuas o meu trabalho, tentando sempre o difícil equilíbrio entre as conquistas técnicas e a simplicidade da execução. Aqueles instantes, todas as noites, em que represento um papel, são sempre os melhores momentos do meu dia. Isso quer dizer que levo para o palco meus sentimentos, minha idéia, minhas alegrias, meus abismos, meu horror e minha luz. Diariamente filtro essas emoções através das necessidades de cada personagem, e recebo de volta para mim mesmo uma nova compreensão de meus problemas - e acrescento ao personagem um novo enriquecimento conseguido à quente, quer dizer, arrancado de dentro de mim mesmo. Com o correr dos anos fui aprendendo a me observar como artista e ser humano, e fui tentando aproveitar em meus desenhos interpretativos a linguagem interior de minha vivência pessoal, para conseguir assim essa difícil união entre arte e vida, que foi sempre a minha grande aspiração. Sempre acreditei que cada ator traz consigo um material fantástico, inimitável e único, muito difícil de ser conservado e desenvolvido nesta nossa era brutalizada e massificada. É um cálice de cristal interior, que deve ser preservado e defendido através de muitos terremotos, muita contrariedade, muita decepção e sensação de abandono, mas com momentos também de enorme luminosidade que quando acontecem recompensam o artista e engrandecem o ser humano. Cada ator é único e inimitável se ele mergulha com honestidade em si mesmo, e retrata o seu semelhante com generosidade, verdade e paixão. Somos feitos da essência com que os sonhos são feitos escreveu Shakespeare, e essa é a melhor definição que conheço sobre o mistério da representação.

O CAVALO
Cada ator tem obrigação de zelar e desenvolver o seu instrumental, sua voz, seu corpo: seu cavalo. Devemos transformar nosso corpo num grande arquivo de imagens com possibilidades de serem utilizadas em nossos futuros personagens; nossa voz deve poder miar, rugir, gemer, uivar, nossas mãos podem ser galhos de árvores, garras de feras, folhas secas ao vento nossos pés, colunas de um templo, patas de animais. Nossos olhos devem poder reproduzir o enigma do olhar da esfinge, e a clareza cristalina de um poema de Brecht. E mais, devemos nos preparar para poder receber com artística mediunidade a alma do mundo, as grandes interrogações do nosso tempo, a voracidade deste universo em constante transformação. Devemos ser suficientemente fortes para poder reproduzir simultaneamente a maravilha e o horror do ser humano, a criatividade e a autodestrutividade de nós todos, homens, através desta difícil caminhada da vida. O nosso cavalo deve então se preparar para poder assumir todas estas formas, e por isso ele tem de ser constantemente reabastecido e renovado. O cavalo é também o estimulador de nossa energia, o conservador de nosso entusiasmo e de nossa fé; quando as crises vierem (e não tenham dúvida de que elas virão), nada melhor do que trabalhar na fortificação do cavalo, porque no mínimo estaremos crescendo durante a crise, estaremos trabalhando e temperando novas energias, adquirindo novas técnicas, novos conhecimentos. Podem ter certeza de que um bom cavalo torna o ator indestrutível.

O FOGO
O fogo através do tempo sempre foi o símbolo vivo da fé, do entusiasmo e da rebeldia; mantê-lo aceso dentro de nós é também um trabalho para a vida inteira. O fogo nasce de um estado de curiosidade natural e instintivo e pode ser desenvolvido através da conquista progressiva de uma cultura geral, de uma observação apaixonada da história do homem, da história de todas as artes, da emocionante história do teatro e um profundo sentimento de observação do ser humano aqueles para quem realizaremos nossas mágicas, o nosso público. Esse fogo interno, uma espécie de grande rol central de energia e fé, é uma grande defesa contra a acomodação, e me parece ser a grande mola propulsora da criatividade; devemos estar sempre atentos aos seus chamados, e é preciso não deixar nunca, custe o que custar, esse fogo esmorecer, porque, caso isso aconteça, seremos os artífices de uma arte morta, sonâmbula, inútil, feia e resignada.

O MENINO
A recuperação da liberdade da infância através da vida adulta foi sempre uma das minhas metas; a criança é uma fonte incrível de informação artística - e a criança que nós fomos recuperada através do nosso lado lúdico tão atrofiado pelo correr dos anos ¿ pode nos servir de guia, mas um guia muito especial, que caminha alegre e despreocupado, que sabe descobrir o mágico dentro do cotidiano, intuitivamente Um grande exemplo da presença do menino dentro de um artista está na figura e na obra do pintor Pablo Picasso. Eu não procuro, eu acho afirmava o grande pintor. E essa fala denuncía o menino que Picasso levava dentro de si, que pintava cerâmica usando como base para o desenho a espinha do peixe que tinha comido no almoço, ou fazia fantástica escultura aproveitando uma roda velha e quebrada de uma bicicleta encontrada na estrada durante seu passeio matinal. O menino traz alegria e descompromisso racional para o trabalho artístico. No Passeio Público do Rio de Janeiro tem um menino-anjo esculpido num bebedouro (se não me engano de Mestre Valentim) com a seguinte legenda: Sou útil, inda brincando. Essa é a lei e a sabedoria dos meninos. Acho que preservando o cálice, domando o cavalo, estimulando o fogo e soltando o menino, o artista está preparado para viver e criar uma vida bela e uma obra útil para a coletividade.

* Aula inaugural da Cal (Casa das Artes de Laranjeiras) Rio de Janeiro (RJ), em 12 de março de 1984. Reproduzida de uma apostila do autor.
UPDATE: Este texto eu copiei do blog do RAFAEL RODRIGUEZ, que também é ator e tem muito bom gôsto na seleção dos textos teatrais para o seu blog. Valeu Renato.

22.2.03

Imperdivel: marionetista espanhol mundialmente famoso no Teatro Carlos Werneck

Amanhã, domingo, às 11 hs. com ENTRADA GRATIS, no Teatro Carlos Werneck, no Aterro do Flamengo, à altura do número 300 da Praia do Flamengo, um espetáculo imperdível: o marionetista espanhol JORDI BERTRAN. Recomendo entusiasmada. Já tive o privilégio de assistí-lo fora do Brasil e aqui no Festival Internacional de Teatro de Bonecos, em Canela, no Rio Grande do Sul. Oportunidade única para assistir um mestre dessa difícil, e cada vez mais rara arte de marionetes de fio. Mundialmente famoso, com reconhecimento da crítica especializada, várias vezes premiado na França e na Espanha, tem também o reconhecimento do público que lota os teatros para assisti-lo.

Aproveitando a sua passagem pelo Brasil, o grupo Sobrevento, criado e dirigido pelo Luiz André Cherubin, em boa hora, convidou Jordi para uma única apresentação aqui no Rio, dentro do Projeto da RioArte, TEATRO NO ATERRO, SEMPRE AOS DOMINGOS ÀS 11 hs. E DE GRAÇA. Durante o mês de janeiro e fevereiro, o projeto trouxe vários artistas estrangeiros para apresentação no Carlos Werneck, no evento intitulado O teatro que se faz lá fora, e o Jordi Bertran encerra com chave de ouro, essa programação. Jordi mora em Barcelona, e é casado (ou foi) com a Elza -- uma bonequeira brasileira, paraense, muito gente fina. Nessa, eu tiro o meu cocar de plumas douradas para cumprimentar a RioArte, patrocinadora do evento.

15.2.03

Amir Haddad -- os pleonasmos de um genérico do teatro

Conforme o post de ante-ontem aqui no blog, eu dizia não acreditar no projeto porque achava impraticável o funcionamento do Teatro Dulcina como escola e como casa de espetáculos. Ontem no Jornal do Brasil, outra notícia sobre o mesmo assunto, esclarecendo que o Teatro Dulcina vai funcionar como escola, além de sediar a nova Companhia Teatral da Prefeitura ambas dirigidas pelo Amir Hadad.

Falei aqui que nem com o aproveitamento das salinhas, teria espaço físico para tal, e Amir declara que até acabarem as obras, vou começar varrendo uma salinha para começar o projeto. Será que ele já foi lá, e viu o tamanho das duas salinhas? E se não, pode ter uma desagradável surprêsa, ao invés de varrer terá que desentulhar antes esse local que serviu durante anos como depósito de cenários, sobras de material e todo o tipo de entulho.

Além disso, não tem a mínima previsão do orçamento disponível para contratações, etc...o mínimo de verba para um projeto de tal envergadura. Mesmo para um generico do teatro como ele se auto-intitulou, iniciar um projeto de tamanha dimensão apostando assim totalmente no escuro, pode ser mais um dos seus pleonasmos. E como diria o poeta Leminski: como se pode presumir, não se pode pressupor.
Amir Haddad vai dirigir a escola de formação de atores e uma nova companhia teatral da Prefeitura

Amir Hadad vai assumir a direção da nova companhia da Prefeitura, além da criação de uma escola de formação de atores, no Teatro Dulcina convidado pelo Gestor da Rede Municipal de Teatros, Miguel Falabella.

A Companhia já tem nome escolhido por Amir: Companhia Carioca de Teatro Clássico Popular. O nome pode soar como uma contradição, mas para o diretor do novo grupo, o termo teatro clássico popular está mais próximo do pleonasmo. Em sua visão, autores clássicos, como Shakespeare, Molière e Martins Pena, sabem se comunicar com um público diverso, sabem ser populares. É, portanto, apostando em dramaturgos dessa envergadura e em uma forma brasileira de representá-los que nasce uma nova companhia na cidade, parte de um grande projeto da prefeitura, que prevê ainda a criação de uma escola de formação de atores que segue a mesma filosofia e que fica também sob a direção de Amir.
Está marcado para o próximo mês o começo das atividades da companhia e da escola, que terão como sede o Teatro Dulcina, no Centro. O espaço ainda está em obras, previstas para terminar em três meses.

-- Até lá, vou varrer uma salinha para começar o projeto -- diz Amir Haddad.

-- Será uma companhia de repertório, sem espetáculos descartáveis, que estará com peças em cartaz permanentemente -- sublinha Amir, que continuará à frente do Grupo Tá na Rua, criado por ele há mais de 20 anos.

Aquí na íntegra, a matéria do JB de ontem, assinada por Ana Cecilia Martins.

13.2.03


Grupo Asdrubal Trouxe o Trombone inaugurou o Teatro Dulcina

O Teatro Dulcina, antigo Teatro Regina que pertenceu à Cia. Dulcina de Moraes e Odilon, esteve fechado vários anos, foi reativado na nossa gestão no antigo Serviço Nacional de Teatro, e batizado com o atual nome. Inaugurado em maio de 1977 (parece que foi ontem) pelo grupo que revolucionou o teatro brasileiro na década de 70, o Asdrubal Trouxe o Trombone, com a terceira peça do grupo, Trate-me Leão, criação coletiva do texto, direção de Hamilton Vaz Pereira com o elenco original, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães, Perfeito Fortuna, Nina de Padua, Patricia Travassos, Caio Junqueira e Evandro Mesquita, e esta escriba na promoção e divulgação do espetáculo.

A ficha técnica do Trate-me... um luxo só: Luiz Fernando Guimarães e Perfeito Fortuna, meus assistentes na divulgação do espetáculo; Músicas descoladas por aí (era assim que estava no programa) por Evandro Mesquita e Fabio Junqueira; iluminação do Jorginho de Carvalho; figurinos criados e descolados pela Regina Casé e a Patricia Travassos; trilha sonora do Hamilton Vaz Pereira; sonoplasta: Kaka Dionisio e a produção executada e descolada por Paulo Conde.
Trate-me Leão deu o prêmio Molière de Atriz para Regina Casé e o Prêmio Governador do Estado para o diretor Hamilton Vaz Pereira.

DEU NO JORNAL DO BRASIL, DE HOJE

Escola Carioca de Artes vai funcionar no Teatro Dulcina

RIO - As secretarias municipais do Trabalho e Renda e das Culturas são parceiras na criação da Escola Carioca das Artes, que vai funcionar no Teatro Dulcina. A proposta é fazer daquela casa de espetáculos um centro de formação de atores, produtores e outros profissionais especializados, como cenógrafos, roteiristas e iluminadores.
Em 30 dias um grupo de trabalho irá apresentar propostas para a utilização do teatro como espaço voltado para a capacitação e a qualificação de profissionais, sem prejudicar sua atuação nas áreas de cultura e lazer logo que terminar sua reforma. O Dulcina foi municipalizado em janeiro de 2002 e está localizado na Rua Alcindo Guanabara, na Cinelândia, Centro do Rio.

Caveira de burro

Não sei como poderá funcionar uma escola dessa amplitude naquele espaço. Conheço bem a estrutura daquele teatro. A idéia da escola de artes é louvável, mas porquê naquele espaço ? Como poderá funcionar simultâneamente como escola e casa de espetáculos? Uma das atividades vai ser prejudicada. Sem falar no espaço físico que não dá para abrigar uma escola com essa amplitude, mesmo que sejam utilizados as salinhas dos andares em cima do teatro que eram utilizados como depositos de cenários. O Teatro Dulcina sempre foi considerado uma "caveira de burro'', como são chamados os teatros que não fazem sucesso de público. Raríssimos espetáculos conseguiram atrair um bom público. Vários diretores passaram por lá com essa ingrata missão: levantar o Dulcina. Nem Dona Pepa Ruiz, que dirigiu com mão de ferro aquele espaço (O Grupo Asdrubal Trouxe o Trombone e eu somos testemunhas disso) conseguiu tal façanha. Não levo a menor fé nesse projeto. Para acreditar, só vendo.

10.2.03

DEU NO TRAMEDIA

Denise Namura, bailarina brasileira radicada em Paris criadora junto com o ator
e bailarino alemão Michael Bugdahn do grupo à Fleur de Peau, vem a São Paulo para ministrar um workshop. Detalhes todos aqui no ótimo site do ator e web-deseigner Eduardo Castanho, o Tramédia.

Deslumbrada, eu?

Denise e Michael criaram À Fleur de Peau em 1986, em Paris. Ao longo desses anos, o grupo vem desenvolvendo uma pesquisa aliando o teatro à dança e firmou-se como um dos mais importantes grupos de dança contemporânea no circuito internacional, além dos prêmios nos mais importantes festivais de dança na Europa. Os cursos do grupo em Paris são concorridíssimos, com afluência de artistas de toda a Europa. Eu tive a honra e o privilégio de estudar com eles, durante o ano de 1994, em Paris. E a propósito tem um post aqui do meu blog pessoal, o Artimanhas sobre a apresentação deles aqui no Rio, há dois anos atrás, quando esta escriba não conseguiu segurar o entusiasmo pela presença dos mestres e teve um ataque de breguice explícita, pagando mó mico para os colegas de dança contemporânea.

9.2.03

Já visitou o outro blog desta escriba, o Artimanhas? Aproveita para conhecer os meus vizinhos blogueiros.

8.2.03

UM DESFILE DE MODA PELA ÓTICA DE UM CONHECIDO E POLÊMICO DIRETOR TEATRAL.

Devo declarar que este post eu roubei lá do InternETC, o blog da Cora Rónai. Trouxe para aqui na íntegra, porque os comentários dela e o título são pertinentes ao assunto abordado na sua coluna (sempre às quintas feiras) no Segundo Caderno do jornal O Globo: a FASHION WEEK -- Semana Fashion realizada esta semana no Museu de Arte Moderna aqui no Rio, e na semana passada, em São Paulo.

Wotzik viu a week
Meu amigo Eduardo Wotzik é homem de teatro mas, volta e meia, escreve um artigo -- e escreve muito bem. Hoje, por causa da coluna do Segundo Caderno, me mandou um texto que escreveu quando viveu a sua (dele) experiência fashion. Vejam que ótimo:

"Uma vez fui assistir a um desfile desses, de moda e beleza, um Fashion Rio. Então, estacionei. Um evento. Sentei. Outro evento. Apagaram-se as luzes. E o que vi: Minha gente, o que era aquilo?! Achei que ia ter um pesadelo. Aquelas mulheres daquele jeito, andando daquele jeito, sob um som alucinante, uma após outra, de biquini e salto alto, desfilando, definhando, ali na minha frente, sem parar. Eu estava sentado bem na ponta da passarela, e elas vindo na minha direção, como um exército. Meu Deus, que susto! Eu não gosto mais de mulher. Quem que mandou elas andarem daquele jeito?! E de biquini. Se elas forem a praia andando daquele jeito, de sapato alto, serão abatidas a tiros. Daquele jeito é que vende? Não é possivel. Elas devem estar de castigo. Alguma coisa elas fizeram durante a semana pra colocarem elas ali com aquela luz branca e chapada que mostrava toda as dobras das pernas, todas as marcas dos pancakes, todas as deformações, coitadas. E a sem gracice que ostentavam? Tá certo que elas fotografam lindo, que filmam melhor ainda, para lentes são deusas, mas ali ao vivo foi das coisas mais feias e assustadoras que já vi em vida. Ideal de beleza? Gente, ali ao vivo. Elas são deformadas. Deformadas no rosto, deformadas no peito, deformadas nas pernas, nas não bundas, deformadas e reformadas, já não sei a diferença. Aquilo é doença! E deformadas na cabeça também, pelo que andam declarando por aí. Alguém tem de dizer que isso não é ideal de beleza. Que isso é nada. Vazio. Magreza. Falta de tudo. Ode ao cabide. É a maior demonstração de falta de alimento em todos os sentidos. Enfim, se é pra falar de beleza: Viva Tônia Carrero!" (Eduardo Wotzik)

7.2.03


TRAMÉDIA ... porque de perto ninguém é normal

O ator e web-designer Eduardo Castanho, acabou de criar um site para divulgação de eventos da área teatral, o Tramédia, com direito ainda a uma seleção e publicação das melhores materias sobre assuntos teatrais publicadas nos jornais. O Tramedia, com um luxuoso visual, bem editado e paginado, de fácil leitura -- coisa rara nos sites do gênero acumulados de firulas e breguetes, vem despontando como um dos melhores e mais bem informados sites de teatro. A seção de links é muito bem bolada, e diferente de tudo o que circula por aí em matéria de linkagens. Parabens ao Eduardo Castanho, muito sucesso e vida longa ao Tramedia.

6.2.03


DOMINGO É DIA DE TEATRO (E DOS BONS) NO ATÊRRO

O Teatro de Marionetes Carlos Werneck - Aterro do Flamengo á altura do 300, apresenta neste domingo o espetáculo do artista bonequeiro Guilhermo Bernasconi, da Argentina, com um curriculo respeitável. Trabalhou com Peter Schuman diretor e fundador do " Bread and Puppet" (EUA) e considerado a vanguarda da vanguarda do teatro de bonecos no mundo. E além disso, Guilhermo trabalhou com os dois grupos brasileiros dos mais importantes e conceituados no Brasil e no exterior, o Sobrevento do Rio, e o Giramundo de Belo Horizonte. Este último, eu tive a oportunidade de comprovar o seu sucesso e prestígio num Festival da UNIMA, em Washington, nos anos oitenta. No mesmo festival, tive a rara oportunidade de assistir o espetáculo do Bread and Puppet. Isso tudo é pra dizer que o espetáculo do Guilhermo Bernasconi é imperdível para adultos e crianças. Dia 9, domingo às 11 horas.

Já o TCHESCO VILLARES, eu assistí no Festival Anjos do Picadeiro2 em São José do Rio Preto, há quatro anos atrás, e ele ainda não tinha ido para a Alemanha e se chamava simplesmente TCHEZKO -- com z. Tem um fantástico dominio de corpo e seu trabalho provém da escola de palhaços de rua, lembrando muito o saudoso TIGRE que se apresentava na Cinelândia, O Tchezko
vem dessa escola, antes de cursar a Escola Nacional de Circo e de ganhar o mundo, mostrando a arte e a manha de um artista brasileiro. Espetáculo imperdível para adultos e crianças. Dia 16, domingo às 11 horas.

A seguir, curriculo e apresentação dos artistas segundo o press-release da divulgação enviado pela Valéria Seabra das "secretarias das culturas" da Prefeitura Municipal responsável pela contratação dos dois artistas.


"TRÊS OBRAS", espetáculo de GUILHERMO BERNASCONI (ARGENTINA)

Guilhermo Bernasconi é um "homem-palco", um "teatro-ambulante" que, em busca de seu público, abandonou as salas convencionais dos teatros e ganhou as praças e as ruas com seu curioso teatro de bonecos "acoplado" ao corpo do ator. Ao mesmo tempo em que manipula seus bonecos, o bonequeiro faz de seu corpo o próprio palco dos títeres, através de um engenhoso sistema que traz de volta uma forma teatral que aparece pela primeira vez na China, no século XVIII.

O espetáculo Trés Obras apresenta três pequenas peças, simples e divertidas, para fantoches: "Cachito e o Lobo" queconta as artimanhas de Cachito para não ser devorado ; "A Grande Luta dos Cangurus" onde dois cangurus disputam o título internacional de Boxe, em sequências cênicas que exploram recursos divertidos como a câmera lenta e o replay ; bem como "O
Dono da Lagoa" - onde um sapo do interior, ao voltar de uma viagem à capital, encontra o Jacaré, como novo dono de sua lagoa.

"TCHESKO EM SHOW", espetáculo de TCHESKO VILLARES ­ BRASIL / ALEMANHA

Tchesko Villares é um misto de palhaço, malabarista, acrobata e equilibrista. Virtuoso, capaz de proezas incríveis como subir e descer uma escada, apoiado apenas na cabeça, ou se equilibrar de cabeça no gargalo de uma garrafa, Tchesko começou sua carreira como um artista popular de rua, fazendo saltos mortais e atravessando rodas de facas e de fogo. Convidado,
pela Escola Nacional de Circo a se profissionalizar, aperfeiçoando o seu talento, formou-se como circense e foi imediatamente convidado pela Cia. Up Leon ­ responsável pela ida de muitos circenses brasileiros à Europa - a passar uma temporada trabalhando em um parque na Alemanha. Depois disto, trabalhou em Hamburgo, Colônia, Itália, Suécia e Finlândia. Convidado a
juntar-se ao famoso circo The Ringling Brothers, percorreu os Estados Unidos durante um ano inteiro, antes de voltar à Alemanha, onde voltou a residir. O espetáculo mistura virtuosismo e muito humor com a garra e o talento de Tchesko Villares.

TEATRO DE MARIONETES CARLOS WERNECK
Aterro do Flamengo, altura do n.o 300 da Praia do Flamengo
LOTAÇÃO 300 LUGARES
PROGRAMAÇÃO GRATUITA
SEMPRE AOS DOMINGOS, SEMPRE ÀS 11H, SEMPRE GRÁTIS, COM SOL OU CHUVA.

Se me permitem a depressão de umas palavras...

Fui assistir domingo no Teatro Sergio Porto a peça do Mario Bortolotto Diario das crianças do velho quarteirão, a segunda de quatro peças desse autor que ocupam o Sergio Porto até o final de fevereiro. Mó decepção, meu! Até agora não conseguí entender como esse texto foi indicado para o Prêmio Shell em 1998. Como e porquê esse autor que está completando 25 anos de carreira -- uma espécie de faz-tudo em teatro, ganhou o Prêmio APETESP pelo conjunto de trabalhos no ano passado, além de um Prêmio Shell de Melhor Texto.

Diário das crianças do velho quarteirão é um texto que se assemelha em vários momentos a uma esquete de televisão, num espetáculo pobre de criatividade, com marcações que enfatizam o jeito televisivo. Piadas constragedoramente preconceituosas, machistas, além de velhas e sem graça, bem ao gôsto de um tipo específico de público. Cenários e figurinos, inexistem. Procurei o nome dos atores que compõem o grupo, segundo o programa da peça seriam os autores dos cenários e figurinos, mas eles inexistem também, pelo menos no programa não consta o nome dos atores participantes do grupo Cemitério. Fiquei sabendo também pelo programa que os quatro espetáculos da temporada têm Mario Bortolotto, como autor, ator, diretor, iluminador e sonoplasta. Economia de custos da produção ou arroubos outros? ". Como se pode presumir, não se pode pressupor ", como dizia o genial poeta Leminski. E por hoje é só. Acabo aqui porque o meu computer está ameaçando dar pau e pode acontecer o mesmo de ontem, quando eu perdi mais de quatro laudas desse mesmo assunto. Fui.


4.2.03

Me olho no que vejo
como entrar por meus olhos
com um olhar mais puro
é todo meu desejo.

Octavio Paz
This is my new blogchalk:
Brazil, Rio de Janeiro, Vila Isabel, Portuguese, French, Ruth, Female, Performing Arts. :)