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6.2.03


Se me permitem a depressão de umas palavras...

Fui assistir domingo no Teatro Sergio Porto a peça do Mario Bortolotto Diario das crianças do velho quarteirão, a segunda de quatro peças desse autor que ocupam o Sergio Porto até o final de fevereiro. Mó decepção, meu! Até agora não conseguí entender como esse texto foi indicado para o Prêmio Shell em 1998. Como e porquê esse autor que está completando 25 anos de carreira -- uma espécie de faz-tudo em teatro, ganhou o Prêmio APETESP pelo conjunto de trabalhos no ano passado, além de um Prêmio Shell de Melhor Texto.

Diário das crianças do velho quarteirão é um texto que se assemelha em vários momentos a uma esquete de televisão, num espetáculo pobre de criatividade, com marcações que enfatizam o jeito televisivo. Piadas constragedoramente preconceituosas, machistas, além de velhas e sem graça, bem ao gôsto de um tipo específico de público. Cenários e figurinos, inexistem. Procurei o nome dos atores que compõem o grupo, segundo o programa da peça seriam os autores dos cenários e figurinos, mas eles inexistem também, pelo menos no programa não consta o nome dos atores participantes do grupo Cemitério. Fiquei sabendo também pelo programa que os quatro espetáculos da temporada têm Mario Bortolotto, como autor, ator, diretor, iluminador e sonoplasta. Economia de custos da produção ou arroubos outros? ". Como se pode presumir, não se pode pressupor ", como dizia o genial poeta Leminski. E por hoje é só. Acabo aqui porque o meu computer está ameaçando dar pau e pode acontecer o mesmo de ontem, quando eu perdi mais de quatro laudas desse mesmo assunto. Fui.


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