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22.6.03

Festival de Performance, esse ano será em Nova Iorque

Algum festivaleiroi de plantão por aí? Quem se habilita ? Ainda estão abertas as inscrições (agora só para assistir) o Festival que esse ano vai acontecer em Nova York na New York University, e o tema é religiosidade. O cartaz (no post abaixo) é lindo.
Eu já participei desse festival, quando ele aconteceu aqui no Rio, em julho de 2000, foi o I Encontro e Congresso de Performance e Política das Américas na UNIRIO, organizado no Brasil pelo professor e diretor teatral Zéca Ligiéro. Durante duas semanas aconteceram performances de teatro, de dança, oficinas, palestras, vídeos, espetáculos teatrais e de dança, seminários com artistas e intelectuais de todas as partes do mundo, mas em sua grande maioria provenientes dos EUA e da América Latina.

A performance aqui não era vista como uma simples variação do teatro, mas como um híbrido entre arte, antropologia, politica e cultura. Com performances da Mãe Beata de Iemanjá (de São João de Merití), dos índios da tribo Kariri Xocó de Sergipe, da transformista Rogeria aos convidados internacionais, visavam oferecer novos caminhos para a reflexão e compreensão das relações entre essas expressões culturais e artísticas (reunidas sob o termo performance) e os movimentos politicos.

Esse evento, foi sem dúvida. o maior acontecimento artístico cultural do ano e passou quasi despercebido pela mídia e até mesmo pela classe artística.
Eu aproveitei o máximo que foi possível. Eu, pràticamente dormia e acordava na UNIRIO. Saia de madrugada de lá, e voltava de manhã cedo. A programação era ininterrupta até a noite, às vezes mal dava tempo para almoçar porque as palestras começavam as 12,45hs.

As oficinas e os vídeos começavam as nove horas da manhã, palestras e debates á tarde e a noite os espetáculos. Eu fiz até a oficina de dança indígena
com Mestre Tídio e seu filho Tkaynã da tribo Kariri Xocó, aprendí a dançar o toré - dança ritual indígena que acabou fazendo parte do encerramento do festival. Aprendí nessa oficina a fazer aqueles trançados de palha (da palha ouricuri, trazida diretamente de Alagoas pelo Mestre Tídio) e fiz uma saia de palha para dançarmos no final da oficina e também uma tiara para a cabeça. Essa tiara está enfeitando o espêlho do meu carro, até hoje.

Um mês depois, a minha saia de palha mofou e eu acoloquei na janela para secar ao sol, e quando me dei conta do fato ela tinha caido daqui do nono andar. Olhei lá para baixo e nem sinal. Perguntei a todos os funcionários funcionários do prédio -- do guardião da piscina aos porteiros, e ninguém soube dizer do paradeiro da minha linda saia de palha. Mistério total até hoje.

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