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23.8.03

O Clown, o Down e a força do afeto

Tudo o que tenho aprendido sobre palhaço diz respeito ao idiota, a verdade, ao diferente , a ser como os normais não são, ver o mundo ao contrário, a importância do amor, do afeto, a tocar o coração de outro ser humano com o poder da pureza e da verdade. Esse tem sido o nosso aprendizado tanto na teoria quanto na prática. Treinamos muito tecnicamente para sermos os idiotas, diferentes e especiais. E lá fomos nós com nosso espírito missionário de palhaços sem fronteiras para levar um pouco desse mundo idiota num evento da APAE.
Chegando lá, éramos apenas mais uns entre tantos paspalhos de verdade. Ali, nenhuma técnica fazia sentido, de nada adiantavam os números ou o estado. Só o que fizemos foi nos render àquela verdade e brincar com eles. Ficou mais claro para nós por que eles são chamados de especiais. A diferença podia até ser a maquiagem, mas tinham alguns que também estavam maquiados de palhaço. Para um observador menos atento, não daria pra distinguir quem era o clown e quem era o down.
Temos muito o que aprender com eles, são seres iluminados.

Depois de tanto tempo longe de casa, saudade, carência, tantas oficinas, tanto cuti-cuti e uma tarde entre os especiais, essa questão do afeto bateu forte. Fomos acachapados. Jeca chorou umas quatro vezes hoje. Acho que eu também. Sei lá o que que é isso, acho que tá misturando todas essas coisas. Mais que tudo é o poder da verdade, do ser humano. É muito doido sair de um lugar pra outro deixando esse rastro de afeto. Ainda tem muito chão pela frente. Amanhã estaremos indo pra Cascavel.


Este comovente depoimento é do FABRICIO DORNELES, circense, ator, clown, webmaster, montador de circo, e o escambau. Fabricio acompanha o MÁRCIO LIBAR no projeto "Palco Giratorio" do SESC, conforme notíciei alguns posts abaixo aqui no blog. Esse fato aconteceu em Francisco Beltrão, no Paraná.

Saiba tudo sobre esta surpreendamental excursão aqui no site do projeto Mundo ao Contrário.
Márcio, Jeca e Fabrício, agora eu tô cantando, parodiando aquela musiquinha: Chorei, chorei, tornei chorá, olha os palhaços no meio da rua...

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