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9.9.02

P A R L A P A T Õ E S

Depois da temporada de duas semanas no Rio com sucesso de público e merecendo até uma crítica da Barbara Heliodora, (quem diria que ela gostaria) o espetáculo excursiona pelo Sul, e participa ainda de um dos mais importantes festivais de teatro do País, o Porto Alegre em Cena. uma parceria com a Brasil Telecom os Parlapatões apresentam seu espetáculo SARDANAPALO nas seguintes cidades:


Curitiba
Teatro Guaíra - 06, 07 e 08 de Setembro de 2002.

Brasilia
Teatro Nacional - Sala Martins Penna - 14 e 15 de Setembro de 2002.

Festival de Teatro: 9 Porto Alegre em Cena
26, 27 e 28 de setembro de 2002

Santa Maria (RS)
Teatro Municipal - 29 e 30 de Setembro de 2002

'Sardanapalo': Uma breve visita circense, insana, divertida e objetiva


Barbara Heliodora (O Globo 01/09/2002

No Espaço Cultural Sérgio Porto, o alegre grupo dos Parlapatões nos vem de São Paulo fazer uma breve visita, depois de ter coberto chão bastante até para se apresentar no Festival de Edimburgo. Com forma circense, que o grupo domina muito bem, “Sardanapalo” é mais uma versão de um texto que Hugo Possolo começou a escrever já faz tempo. E é preciso admitir que tudo o que o grupo faz no palco é melhor do que o texto, que funciona mais sempre que a linguagem fica puramente circense. E cai quando, em termos de texto, tenta desenvolver a suposta “biografia” estranha e insensata de Alexandre, o Grande.

O título do espetáculo vem da idéia de se fazer Alexandre por acaso dar com uma suposta estátua de Sardanapalo, nome de um suposto último rei de Nínive, notório por ser efeminado e devasso. Durante a duvidosa parada diante do duvidoso rei, Alexandre passaria em revista sua vida, provocado por uma espécie de domador que vai forçando a passagem do tempo até revelar-se como a Morte. O fato de o texto não chegar a ser 100% satisfatório não quer dizer que ele não contenha piadas inteligentes e boa dose crítica assimiladas no caos aparente que é a própria essência da encenação.

Nada disso é importante porque é o alto nível de loucura de cada episódio que faz viver o espetáculo.

Hugo Possolo é responsável pelo texto, pela gostosa cenografia que cria o circo onde tudo se passa e pela direção. Naturalmente, como tudo isso era pouco, ele faz parte do elenco, junto com Raul Barreto (os dois são o único núcleo realmente permanente dos Parlapatões), Claudinei Brandão e Pedro Guilheme.

É natural que se pense apenas em palhaçadas quando se diz que atores usam recursos circenses, mas não é bem assim. Malabarismos, inclusive com facas voando de um lado para outro, também são parte do repertório. Com os figurinos de Adriana Vaz Ramos, os adereços de Fernando Leite, a música de Abel Rocha e Miguel Briamonte e a luz de Eliane Koseki, o circo toma vida, e Alexandre, o Grande — que no caso sempre prefere ser chamado de Alexandre, o Bom, apesar de toda a sua sanha conquistadora e de sua sanguinolência — passa por experiências que lhe devem fazer tremer, esteja ele agora onde esteja.

A energia e a capacidade cômica dos Parlapatões são imensas; a breve visita de Sardanapalo é uma ótima oportunidade para se tomar contato com essa insanidade tão divertida e objetiva.

SARDANAPALO Texto e direção: Hugo Possolo. Com Raul Barretto, Hugo Possolo, Claudinei Brandão e Pedro Guilherme.

A companhia paulista Parlapatões transforma o Sérgio Porto num misto de picadeiro de circo e palco de teatro de rua para apresentar seu espetáculo de humor rasgado.

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