Seguidores desse blog

5.1.03



Repercussão do discurso do Gil

Na sua coluna de hoje em Oglobo, com o sugestivo título Vozes do Poder MÁRCIO MOREIRA ALVES, faz uma análise dos discursos dos ministros empossados, e destaca o do Ministro da Cultura como o mais original e inteligente.

(...)

Não subestime o Gil. Ele vai nos surpreender. É um homem muito inteligente e tem um diploma em administração”, disse-me Cacá Diegues, quando lhe manifestei receios de que o novo ministro da Cultura não fosse capaz ou não tivesse paciência para lidar com a burocracia do ministério.

A julgar pelo discurso de posse, Cacá tem razão. Foi o mais original e inteligente de um dia que teve 21 outros pronunciamentos. Gil, no seu discurso, fez uma definição abrangente do que seja cultura, que não cabe ao Estado fazer, como no modelo estatizante, mas clarear caminhos, abrir clareiras, estimular e abrigar. Disse Gil sobre o papel de seu ministério:

— Avivar o velho e atiçar o novo. A cultura brasileira não pode ser pensada fora desse jogo, dessa dialética permanente entre a tradição e a invenção, numa encruzilhada de matrizes milenares e informações e tecnologias de ponta. A política cultural deste ministério passa a ser vista como parte do projeto geral de construção de uma nova hegemonia no nosso país. Como parte e essência de um projeto consistente e criativo de radicalidade social. Como parte e essência da construção de um Brasil de todos. Temos de completar a construção da nação. De incorporar os segmentos excluídos. De reduzir as desigualdades que nos atormentam. Aqui será o espaço da abertura para a criatividade popular e para novas linguagens. O espaço da disponibilidade para a aventura e a ousadia. O espaço da memória e da invenção.


Belo programa. Difícil é pô-lo em prática

Oglobo 05/01/2003

Nenhum comentário: